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Rapid Shutdown / desligamento rápido já é obrigatório com a norma NBR 17193

Publicado em 03 de julho de 2025

O termo Rapid Shutdown (RSD) / Função de Desligamento Rápido (FDR) está rondando as conversas dos integradores brasileiros. É uma função que já existe há muito tempo, mas que entrou em evidência com a recente publicação da norma NBR 17193:2025 - Segurança Contra Incêndios em Instalações Fotovoltaicas — Requisitos e Especificações de Projetos — Uso em Edificações.

Vamos analisar sua função, a obrigatoriedade no Brasil e a história da sua inclusão nas normas. 

 

Objetivo do Desligamento Rápido

A questão principal é que os módulos energizam os fios em corrente contínua enquanto recebem irradiação. Como o sol não tem disjuntor, não tem como desenergizar essa parte da instalação fotovoltaica, colocando em perigo os bombeiros tentando apagar um incêndio.

Objetivo do FDR é reduzir a tensão a um nível seguro, por acionamento manual ou automatico, ao desarmar o disjuntor do sistema fotovoltaico, dentro de 30 segundos.

A norma traz outras exigências que serão discutidas em outro momento.

 

 

Tecnologia

Há três tecnologias disponíveis para assumir a função de desligamento rápido:

  1. Micro inversores recebem sua energia diretamente dos módulos, em corrente contínua e a transformam em alternada. Eles desligam a saída em corrente alternada quando o disjuntor é desarmado.
  2. Otimizadores de potência transformam a corrente contínua na entrada em corrente contínua na saída. A maioria deles reduz a tensão de saída quando não recebe um sinal do inversor ou transmissor centralizado.
  3. Dispositivos FDR trabalham de forma similar a otimizadores - eles aguardam o sinal de um transmissor central para repassar a energia dos módulos conectados a eles. Neste momento se encontram modelos que atendem a um ou dois módulos.

 

Obrigatoriedade 

A norma 17193 trata de edificações de todos os tipos, para construções novas e reformas. Uma norma não tem vigor de lei, mas ela costuma ser usada como referência em questionamentos jurídicos. O integrador que decide não aplicar a norma deve responder à pergunta "porque não aplicou?" e poderá ser cobrado em caso de incidentes associados, no nosso caso, incêndios.

A norma pode ser aplicada também pelos bombeiros na hora de emitir ou renovar um alvará.

 

História

A norma foi criada com propósito de unificar a nível nacional exigências divergentes impostas por bombeiros a nível estadual. Ela estava sendo elaborada por uma comissão do ABNT, e foi publicada antes da conclusão das discussões, conforme relato de alguns membros. 

Do setor de energia solar vieram os seguintes questionamentos:

  • Faltam normas nacionais e internacionais para o FDR, com ensaios de homologação, indispensáveis para comprovar a eficácia de um determinado dispositivo;
  • O uso do FDR aumenta a quantidade de conexões no sistema fotovoltaico e a quantidade de eletrônica espalhada pela cobertura. Ambos contribuem para um maior risco de incêndio;
  • As experiências internacionais não comprovam o benefício do FDR;
  • O mercado brasileiro não estava preparado, com estoque suficiente para atender aos integradores;
  • Os bombeiros já contam com técnicas para apagar incêndios em instalações energizadas, que são aplicadas corriqueiramente devido ao risco de encontrar ligações clandestinas.

 

Revisão da norma

As conversas sobre a norma foram retomadas, mirando: 

  • analisar no contexto internacional o benefício realmente alcançado por essa função;
  • definir um cronograma de inserção no mercado, começando pela homologação e pela criação de estoques nas distribuidoras;
  • a exigência em instalações existentes precisa ser adequada à viabilidade econômica e técnica;
  • tornar a legislação uniforme a nível nacional.

 

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